Os
movimentos migratórios são uma marca do ser humano desde a pré –história. Entre
seus fatores podemos citar os econômicos, naturais, políticos e religiosos.
Dentre esses movimentos, gostaria de destacar o êxodo rural (saída do campo
para a cidade). Para estudar esse fenômeno analisaremos alguns dados:
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1940
– 75% da população vivia no campo
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1970
– 44% da população vivia no campo
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2001
– 17% da população vivia no campo
Não
resta dúvida de que a industrialização foi a grande mola propulsora do processo
de urbanização do Brasil. Contudo, podemos vincular esse processo à:
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estrutura
fundiária antidemocrática;
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modernização
do campo;
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estagnação
econômica secular da região Nordeste
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difusão
da vida urbana pelas imagens de TV (esperança do retirante de encontrar melhores
condições médico sanitárias no meio urbano);
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ter
ocorrido em um momento de explosão
demográfica (taxas de Fecundidade elevadas (1960 – 6,3 filhos por mulher) e o
início da queda da taxa de mortalidade.
Desta
forma, podemos refletir se é o campo que repele/expulsa o agricultor ou é a
cidade que o atrai?
Percebe-se
que o Brasil foi se transformando em um país urbano entre 1940 e 1970. Essa
rápida urbanização traz, para o nosso país, algumas consequências como o
surgimento de periferias, tendo em vista, que as cidades não conseguiram
comportar a demanda por empregos e o atendimento às necessidades básicas dos
novos migrantes. Outro reflexo é o aumento do movimento migratório pendular
diário, conhecido também como transumância.
Quase
sempre associados à busca por melhores condições de vida, a mobilidade
populacional interna do brasileiro está baseada em áreas de atração (fatores
positivos) e de repulsão (fatores negativos). Neste contexto, cabe citar alguns
fatores históricos de atração populacional:
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1930
– Industrialização do Sudeste;
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1940
– Marcha para o Centro-Oeste e Norte do Paraná (Expansão da fronteira agrícola);
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1950
– Retomada do processo de Industrialização do Sudeste e Construção de Brasília;
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1960
– Expansão em direção à Amazônia (baseada na ideologia de segurança nacional e Projetos agropecuários)
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1970/1980
– Construção das rodovias – Transamazônica e Cuiabá-Santarém – e de
hidrelétricas.
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1990
– Desconcentração industrial (Incentivos fiscais, doações de terrenos e oferta
de mão de obra barata).
O
que vemos atualmente retrata a mitigação e a mudança dos movimentos migratórios
tradicionais que esculpiram a face do adensamento populacional na região
Sudeste. O fluxo populacional tem seguido um movimento de retorno, devido à
desconcentração industrial. De 2000 a 2010, as cidades médias (de 100 mil a 500
mil habitantes) foram as que mais cresceram no país (+/- 3% ao ano). Por outro
lado, as cidades pequenas (- 100 mil habitantes), ficaram ainda menores, devido,
entre outros fatores, à renda per capita muita baixa e a economia estagnada.
Isso explica, em parte, o crescimento das cidades médias, cuja economia em
expansão produz empregos em todas as áreas.
Com
relação à migração externa, cabe-nos lembrar que, a partir do fim do século
XIX, o Brasil vivenciava uma realidade de escassez de mão de obra devido o fim
da escravidão e, com isso, havia a possibilidade de realização do sonho de
riqueza atraindo, assim, a população europeia principalmente italianos que
viviam uma instabilidade econômica em seu país. Na segunda metade do século XX,
a situação se inverteu. Os países europeus realizaram sua transição demográfica
e a população diminuiu reduzindo também o movimento de saída da população
europeia e aumentando o índice de imigrantes no velho continente e nos países
desenvolvidos.
Contudo,
nas últimas duas décadas a mobilidade populacional externa brasileira apresenta
novas mudanças, pois as condições de vida nesses países já não são tão
atraentes. De acordo com relatório de 2011 da Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE), menos brasileiros migraram para os países “ricos”
como resultado da crise econômica global iniciada em 2008 nos Estados Unidos da
América (EUA). Na verdade, está ocorrendo um movimento de retorno da população
brasileira. Como exemplo, o Japão. Com o aumento do desemprego, o governo
japonês adotou medidas para incentivar o retorno voluntário de imigrantes aos
seus países com o pagamento de despesas de viagem e até uma indenização.
Muito bom!
ResponderExcluirObrigado...
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