quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Brasil e África, um novo capítulo da história

Não é de se admirar que o continente africano apresente um dos piores índices de renda per capita e de desenvolvimento humano do mundo. Foram séculos de exploração passando da transferência imigratória forçada de escravos, pelo imperialismo realizado pelas potências européias até a extração de seus recursos naturais. Assim, o “Desastre Continental”, intitulado pela revista atualidades e vestibular 2009, se deve à visão mecanicista do capitalismo globalizante que viu, e ainda vê, na África, um território em potencial para exploração. O Brasil nem de longe possui uma história similar, pois, por muitas décadas fomos os algozes de nossa mão-de-obra. Se por um lado, os portugueses traficavam os negros, por outro, a aristocracia cafeeira do Brasil comprava-os e exercia práticas cruéis e desumanas. Com o advento do século XXI, e a escravidão teoricamente abolida, restou-nos a vergonha que um simples pedido de desculpas não pode pagar nem apagar. Neste contexto, o Brasil tem exercido um papel fundamental aos países africanos, pois, “nunca antes na história desse país” assistimos a uma transferência de atenção solidária à África. Esse “outro olhar” eclodiu na Copa do Mundo de 2010: a copa dos questionamentos (éticos, morais, sociais, econômicos e culturais), quando a história de todos os povos do mundo se uniram ao apartheid de Mandela. Nesse momento, nosso país, juntamente com os líderes dos países emergentes Rússia, Índia e China (BRIC), tem o dever e a oportunidade de atender, no mínimo, às necessidades básicas dessa população.

Otávio Barreto

3 comentários:

  1. Caríssimo Otávio,
    Texto inteligentíssimo e pertinente. Pensar a história da África é também pensar a nossa história, irmanados que somos pelos caminhos da colonização europeia. Vamos continuar fazendo com que nossos texto sejam armas contra a alienação reinante do panorama atual. Como diria Drummond: "Posso, sem armas, revoltar-me".
    Abraço e força na vida!

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  2. Uma boa percepção, que, compartilhada, torna-se instrumento para uma breve contextualização acerca desse quadro da história que não está nem perto de ser finalizado.

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  3. Grato pelos comentário e pela inserção da opinião de vcs...

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